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Boas práticas ambientais, sociais e de governança ganham crescente espaço nas estratégias empresariais mundo afora.

  • Foto do escritor: Fernando José
    Fernando José
  • 6 de jun. de 2024
  • 4 min de leitura

Mas como aplicar ESG às empresas brasileiras de micro, pequeno e médio portes?

 

Por Fernando José

As grandes empresas, principalmente as listadas em Bolsa, devem contemplar no processo de gestão as melhores práticas ambientais, sociais e de governança para demonstrarem ao mercado que estão inseridas na nova economia, respeitam as relações com o mercado e se preocupam com a longevidade de suas operações. Isso é agir com respeito ao ESG, sigla que vem do inglês Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança) e representa um tripé de ações combinadas para reduzir ou eliminar o risco de um negócio perante toda a sua cadeia de valor. Estão sob esse guarda-chuva pautas como a redução das emissões de carbono, gestão de resíduos, práticas de gestão corporativa, ética e transparência e rotinas de auditoria fiscal, bem como o respeito das empresas por seus funcionários, colaboradores, clientes e comunidade.

 

A dificuldade está em trazer o conceito de ESG para a realidade das empresas de micro, pequeno e médio portes que desejam alçar novos mercados. No Brasil, de acordo com o 2º boletim do 1º quadrimestre de 2021 do Mapa de Empresas, dos mais de 17 milhões de empresas abertas, apenas 168.716 são sociedades anônimas e, destas, somente 400 são de capital aberto listadas em Bolsa e estão sujeitas às exigências mercadológicas do ESG. Esses números demonstram a forte presença que as empresas de micro, pequeno e médio portes (PMEs) têm na economia. O relatório da PWC aponta que elas são a força motriz da economia brasileira, num ambiente de oportunidade para expandir.

 

Acontece que, ainda segundo o mesmo estudo, “várias pequenas e médias empresas no Brasil são administradas pelas famílias fundadoras, e a resistência a compartilhar o controle ou a governança com novos acionistas pode ser grande. Essas empresas precisarão passar por uma mudança de paradigma. Várias iniciativas estão sendo adotadas para apoiar as PMEs durante a jornada”. Associe a essas informações o perfil do “pequeno empresário”, publicado pelo Sebrae, que deixa clara a excelente formação, bem como a capacidade de resiliência para enfrentar situações adversas e a presença marcante no varejo comercial e industrial brasileiro. Todas essas características das PMEs, se trabalhadas organizadamente, de maneira a transformar a forma de agir do empresariado nacional, poderão levar a voos estáveis para chegar a novos mercados com potencial de crescimento e desenvolvimento.

 

ESG não é “bicho de sete cabeças”

 

O conceito de ESG pode ser lido como complexo, custoso e de difícil implantação, contudo, também é possível entender como uma jornada fluida que acontece ao longo da vida da organização. A percepção inicial é que as práticas de ESG exigem investimentos muito elevados e resultados somente a longo prazo, algo impeditivo para as PMEs. A primeira atitude é vencer esse pensamento e abrir espaço para um olhar inovador e livre de preconceitos, que vai além da ótica financeira. Pensar em ESG significa promover uma transformação cultural, permeando todos os níveis da estrutura do negócio e permitindo um ambiente de respeito mútuo. “Podemos entender ESG como um olhar que os empresários precisam ter para tornar suas empresas mais longevas. E nessa engrenagem multifuncional é importante fazer uso do ESG como diferencial para a empresa alavancar crescimento e melhorar resultados”, afirma Fernando José. Segundo ele, trata-se de uma jornada, com uma série de medidas práticas que podem ser adotadas, tais como: separar a Pessoa Física da Pessoa Jurídica, e adotar apenas um meio de gerenciamento (sem o famoso “por fora” para driblar tributos).

 

Governança é o desenvolvimento das atividades cotidianas da empresa, sejam administrativas, de produção ou comerciais, com respeito aos conceitos de ética, lisura, transparência, aos olhos de quem está do outro lado da relação, sempre atendendo aos interesses de desenvolvimento e perpetuidade do negócio.

 

Antes de se voltar para o cliente, a empresa precisa olhar para seu público interno, ou seja, as equipes que compõem a organização. E orientar as relações de trabalho, baseadas nos valores de inclusão e diversidade, para obter o engajamento. Equipes motivadas, treinadas e atualizadas levam à melhor produtividade. É uma transformação que começa na base, sem custos adicionais. Também é necessário modificar pequenos comportamentos do dia a dia para estabelecer uma liderança mais eficaz. Fazer o mesmo que os funcionários fazem para conhecer quais são as verdadeiras dificuldades de cada função é um exemplo. Tal medida resultará num trabalho de retenção de talentos importantíssimo para a redução de custos com RH. A estratégia inclui: chegar mais próximo das equipes que realizam os trabalhos, permitir que todos participem dos processos de gestão com ideias, críticas, sugestões e conselhos e, por fim, escutar sem preconceito. A reação será em cadeia: surgirão sem custo, com um benefício motivacional, as melhores oportunidades de inovação disruptiva.

 

As questões relacionadas à sustentabilidade e ecologia, pensadas apenas como sendo responsáveis pela manutenção de uma vida longeva no planeta terra, serão muito difíceis de serem implantadas em qualquer negócio. Se o olhar, porém, estiver voltado para o quanto o comportamento sustentável de cada membro da equipe poderá repercutir em benefícios financeiros e inovação para os produtos e negócios, para saúde física e mental dos stakeholders, a conclusão será simples: economia direta na linha de produção, com menor reutilização dos recursos naturais, já escassos, com ganho de produtividade e resultados diretos para todos os envolvidos no processo de produção e consumo.

 
 
 

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